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sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Maitê Proença e o Bando das Parvas


Conheci a Maitê Proença em Lisboa há alguns anos por altura do lançamento do seu livro "Entre Ossos e a Escrita". Trocámos algumas impressões sobre Teatro e Literatura. Não me pareceu estúpida. Nem a leitura do referido livro me fez achar que fosse leviana. Já tinha visto novelas, séries e uma peça com ela. Admirei-a, gostei de a conhecer e de conversar com ela.

Passados anos comecei a ficar preocupada quando soube do seu coup-de-foudre com Miguel Sousa Tavares, mas pensei "coitada, ainda não percebeu com quem anda metida".

Agora, esta triste figura de cuspir na fonte dos Jerónimos, troçar de Portugal e dos portugueses, como se fôssemos todos atrasados, sem Cultura, sem História e analfabetos, desculpe lá, Maitê, perfaz o estereótipo da loira-burra que eu julgava não lhe assentar.

Ainda por cima, no programa da GNT "Saia Justa" está rodeada de um grupo daquilo que no Brasil se chamaria "peruas inúteis" de riso alarve e fútil que não tem explicação!

Para muitos brasileiros, inexplicavelmente, parece que ainda é assim: em Portugal todas as mulheres se chamam Marias e têm um buço preto e todos os homens se chamam Manuéis e são donos de padarias. É o preconceito e a ignorância, mesmo onde não seria de supor!

Ao menos Miguel Sousa Tavares é filho de gente que lhe deixou um património cultural sólido, o advogado Sousa Tavares e a poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen. Agora, a Maitê, nem os avós Proenças ou Gallos parecem ter servido de grande coisa.

Actualização a 18 de Outubro pelas 01:40:

Afinal, estão mesmo bem um para o outro - após a exigência de que Maitê pedisse desculpas aos portugueses, o valete Sousa Tavares saíu logo em defesa da honra da sua dama
:


«Isto é uma reacção provinciana e saloia dos portugueses. Somos um povo sem capacidade de humor e autocrítica. Há algum português que vá ao Brasil e não goze?», protesta o escritor, acrescentando: «Só um povo com complexos é que se sente melindrado com uma coisa destas. Não temos de estar sempre a ser elogiados como se fossemos um povo exemplar».

Ao Correio da Manhã, Miguel Sousa Tavares frisa ainda que Maitê: «é uma grande actriz e uma grande escritora e vai continuar a ser».


Correio da Manhã, 14 de Outubro de 2009

Quem quiser ver a delícia do vídeo, ei-lo com a merecida resposta:

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